Vá lá. Num país em que quase tudo é mais caro deverá ser bom para economia ter uma droga mais barata. Não, não é uma droga de país… é uma droga no país
Portugal é o país da União Europeia com cannabis mais barata, média de 2,3 euros por grama, longe dos 12 euros na Noruega, ou dos 5 a 10 mencionados na maioria dos Estados-membros, segundo a agência europeia das drogas. O último relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) revela que, em regra, a maioria dos países comunicou preços para a resina de cannabis entre cinco e 10 euros/grama, contra os 2,3 euros revelados por Portugal e os 12 pela Noruega. Assim sendo, a legalização do cultivo, venda e consumo medicinal e recreativo da cannabis é um dos principais objectivos da Marcha Global da Marijuana, uma manifestação que se realiza sábado simultaneamente em 200 cidades, incluindo Lisboa e Porto.
O "Relatório Anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na Europa", que contém dados de 25 Estados-membros, da Noruega, Bulgária, Roménia e Turquia, inclui pela primeira vez uma análise das tendências entre 1999 e 2004 dos preços de venda de drogas nas ruas europeias.
O documento da agência europeia de informação sobre a droga e a toxicodependência, sedeada em Lisboa, indica que "o preço de venda de drogas ilícitas nas ruas da Europa baixou nos últimos cinco anos e é provável que as drogas estejam agora mais baratas do que nunca, em toda a Europa".
Este estudo é o primeiro do género realizado a nível europeu.
Em toda a Europa, no período em estudo, os preços da resina de cannabis (vulgo haxixe) baixaram 19 por cento (%), o da cannabis herbácea 12%, da cocaína 22% e da heroína castanha 45%, bem como o das anfetaminas (menos 20%) e do ecstasy (menos 47%) baixaram em toda a Europa.
Todos os preços foram indexados à inflação para uma avaliação mais precisa dos valores "reais", explica o OEDT.
A agência europeia explica que "os preços das drogas podem ser influenciados por diversos factores, nomeadamente as flutuações da oferta, o grau de pureza, o tipo de produto e as quantidades transaccionadas".
O OEDT refere que os dados actuais não revelam qualquer relação directa entre a baixa dos preços das drogas e a flutuação ou tendência de aumento das apreensões de droga, no mesmo período de cinco anos, nem uma relação imediata entre o preço e os níveis globais de consumo das drogas.
Comentando estes dados, o presidente do OEDT, Marcel Reimen, sublinha que "o preço é apenas um de muitos factores que influenciam a decisão das pessoas de consumir drogas".
"Não podemos deixar de sentir preocupação por, em toda a Europa, as drogas estarem a ficar mais baratas em termos reais", disse, acentuando que, "se isto significar que as pessoas com tendência para consumir drogas as consumirão mais, o custo final do consumo de droga em termos de cuidados de saúde e de danos causados às comunidades poderá ser considerável." A cannabis continua a ser a droga ilícita mais consumida na União Europeia, Bulgária, Roménia e Noruega, com 65 milhões de adultos (20 por cento) que já experimentaram, seguida da cocaína, com 10 milhões, adianta o documento do OEDT.
Segundo o documento, na UE, Bulgária, Roménia e Noruega, entre a população adulta (15-64 anos) estima-se que 65 milhões (20 % da população adulta) tenham experimentado cannabis pelo menos uma vez (consumo ao longo da vida), que 22,5 milhões (7%) tenham consumido no último ano (consumo recente), 12 milhões (4%) tenham consumido no último mês (consumo actual) e três milhões (1%) a utilizem todos os dias/quase todos os dias (consumo intensivo).
A cannabis, produzida principalmente em Marrocos, mas também no Paquistão e no Afeganistão, continua a ser a droga ilícita de origem vegetal mais produzida e traficada a nível mundial (calcula-se que a produção anual em 2004 tenha sido de 7.400 toneladas), sendo também a substância que regista o maior número de apreensões a nível da UE - 1.660 toneladas em 2004.
A cannabis é referida como droga principal por cerca de 15% dos utentes que procuram tratamento por consumo de drogas na Europa e por 27% dos utentes que iniciam tratamento pela primeira vez, o que a torna a segunda droga mais referida depois da heroína.
Marcha em Lisboa pela legalização Cannabis
A legalização do cultivo, venda e consumo medicinal e recreativo da cannabis é um dos principais objectivos da Marcha Global da Marijuana, uma manifestação que se realiza sábado simultaneamente em 200 cidades, incluindo Lisboa e Porto.
Num manifesto disponível na Internet - e que até quarta-feira tinha sido assinado por 180 pessoas - a Comissão Organizadora da Marcha Global da Marijuana em Lisboa (COM.MARIA) afirma que a iniciativa visa também apelar a uma maior investigação quanto às utilizações benéficas da planta.
A COM.MARIA quer a "legalização da cannabis e das suas utilizações", bem como regulamentar "modos de obtenção da cannabis" e "encorajar o estudo e a pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta Cannabis Sativa L.".
Para o efeito, a COM.MARIA propõe a "despenalização da posse, cultivo e uso de cannabis", a "criação de regulamentação para estabelecimentos públicos" para consumo de cannabis, bem como a permissão para que "médicos e outros profissionais de saúde tenham possibilidade de recomendar o uso de cannabis no tratamento terapêutico".
Os organizadores da Marcha consideram que a proibição do consumo de cannabis "não é do interesse público" pois põe em risco a saúde dos cidadãos, fomentando o mercado negro.
Por isso mesmo querem "chamar a atenção dos governos, dos decisores políticos e das instituições relacionadas com as drogas e a toxicodependência em concreto, e da sociedade civil em geral, para as vantagens da legalização/ normalização do cultivo, venda e consumo de cannabis".
Considerando "absurdo, e até incompreensível" a proibição, a COM.MARIA destaca "a ineficácia e o falhanço da proibição na sua missão de reduzir o consumo, o tráfico de drogas e o crime associado".
Entre os mandatários do manifesto da Marcha de Lisboa contam-se o músico Vitorino Salomé, o activista José Falcão, da SOS-Racismo, e o capitão de Abril Mário Tomé.
Até quarta-feira pelo menos 180 pessoas tinham subscrito o manifesto, entre os quais professores, jornalistas, investigadores, psicólogos e muitos estudantes.
A primeira marcha global da marijuana em Portugal realizou-se o ano passado, apenas em Lisboa, e foi organizada por um grupo de amigos que tomou conhecimento da iniciativa através da Internet, que conseguiu reunir entre cem e 200 pessoas na rua pela legalização da cannabis.
Este ano, os organizadores esperam que apareça mais gente na marcha em Lisboa, que "foi organizada com mais tempo", e até foi divulgada em Nova Iorque.
Em Lisboa, a concentração dos participantes começa às 14:00 no Jardim das Amoreiras, estando o arranque da marcha previsto para as 16:00 do Largo do Rato com destino ao Largo Camões.
Antes, durante e depois da marcha haverá animação, com DJ's, bandas de percussão e grupos de música.
Já no Porto, a concentração é às 15:00 na Praça do Marquês, de onde partem para a Praça D. João I.
Também no norte o cortejo terá música e uma festa de encerramento, em que os participantes da marcha têm entrada livre.
A organização da marcha do Porto apela, no site, para que as pessoas levem "roupa verde, tintas para o rosto - de preferência em tons de verde -, apitos de plástico, panos com slogans reivindicativos (mas não ofensivos), alegria, pequenas quantidades, djambés , pandeiretas", entre outros 'adereços'.
Portugal é o país da União Europeia com cannabis mais barata, média de 2,3 euros por grama, longe dos 12 euros na Noruega, ou dos 5 a 10 mencionados na maioria dos Estados-membros, segundo a agência europeia das drogas. O último relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT) revela que, em regra, a maioria dos países comunicou preços para a resina de cannabis entre cinco e 10 euros/grama, contra os 2,3 euros revelados por Portugal e os 12 pela Noruega. Assim sendo, a legalização do cultivo, venda e consumo medicinal e recreativo da cannabis é um dos principais objectivos da Marcha Global da Marijuana, uma manifestação que se realiza sábado simultaneamente em 200 cidades, incluindo Lisboa e Porto.
O "Relatório Anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na Europa", que contém dados de 25 Estados-membros, da Noruega, Bulgária, Roménia e Turquia, inclui pela primeira vez uma análise das tendências entre 1999 e 2004 dos preços de venda de drogas nas ruas europeias.
O documento da agência europeia de informação sobre a droga e a toxicodependência, sedeada em Lisboa, indica que "o preço de venda de drogas ilícitas nas ruas da Europa baixou nos últimos cinco anos e é provável que as drogas estejam agora mais baratas do que nunca, em toda a Europa".
Este estudo é o primeiro do género realizado a nível europeu.
Em toda a Europa, no período em estudo, os preços da resina de cannabis (vulgo haxixe) baixaram 19 por cento (%), o da cannabis herbácea 12%, da cocaína 22% e da heroína castanha 45%, bem como o das anfetaminas (menos 20%) e do ecstasy (menos 47%) baixaram em toda a Europa.
Todos os preços foram indexados à inflação para uma avaliação mais precisa dos valores "reais", explica o OEDT.
A agência europeia explica que "os preços das drogas podem ser influenciados por diversos factores, nomeadamente as flutuações da oferta, o grau de pureza, o tipo de produto e as quantidades transaccionadas".
O OEDT refere que os dados actuais não revelam qualquer relação directa entre a baixa dos preços das drogas e a flutuação ou tendência de aumento das apreensões de droga, no mesmo período de cinco anos, nem uma relação imediata entre o preço e os níveis globais de consumo das drogas.
Comentando estes dados, o presidente do OEDT, Marcel Reimen, sublinha que "o preço é apenas um de muitos factores que influenciam a decisão das pessoas de consumir drogas".
"Não podemos deixar de sentir preocupação por, em toda a Europa, as drogas estarem a ficar mais baratas em termos reais", disse, acentuando que, "se isto significar que as pessoas com tendência para consumir drogas as consumirão mais, o custo final do consumo de droga em termos de cuidados de saúde e de danos causados às comunidades poderá ser considerável." A cannabis continua a ser a droga ilícita mais consumida na União Europeia, Bulgária, Roménia e Noruega, com 65 milhões de adultos (20 por cento) que já experimentaram, seguida da cocaína, com 10 milhões, adianta o documento do OEDT.
Segundo o documento, na UE, Bulgária, Roménia e Noruega, entre a população adulta (15-64 anos) estima-se que 65 milhões (20 % da população adulta) tenham experimentado cannabis pelo menos uma vez (consumo ao longo da vida), que 22,5 milhões (7%) tenham consumido no último ano (consumo recente), 12 milhões (4%) tenham consumido no último mês (consumo actual) e três milhões (1%) a utilizem todos os dias/quase todos os dias (consumo intensivo).
A cannabis, produzida principalmente em Marrocos, mas também no Paquistão e no Afeganistão, continua a ser a droga ilícita de origem vegetal mais produzida e traficada a nível mundial (calcula-se que a produção anual em 2004 tenha sido de 7.400 toneladas), sendo também a substância que regista o maior número de apreensões a nível da UE - 1.660 toneladas em 2004.
A cannabis é referida como droga principal por cerca de 15% dos utentes que procuram tratamento por consumo de drogas na Europa e por 27% dos utentes que iniciam tratamento pela primeira vez, o que a torna a segunda droga mais referida depois da heroína.
Marcha em Lisboa pela legalização Cannabis
A legalização do cultivo, venda e consumo medicinal e recreativo da cannabis é um dos principais objectivos da Marcha Global da Marijuana, uma manifestação que se realiza sábado simultaneamente em 200 cidades, incluindo Lisboa e Porto.
Num manifesto disponível na Internet - e que até quarta-feira tinha sido assinado por 180 pessoas - a Comissão Organizadora da Marcha Global da Marijuana em Lisboa (COM.MARIA) afirma que a iniciativa visa também apelar a uma maior investigação quanto às utilizações benéficas da planta.
A COM.MARIA quer a "legalização da cannabis e das suas utilizações", bem como regulamentar "modos de obtenção da cannabis" e "encorajar o estudo e a pesquisa das muitas utilizações benéficas da planta Cannabis Sativa L.".
Para o efeito, a COM.MARIA propõe a "despenalização da posse, cultivo e uso de cannabis", a "criação de regulamentação para estabelecimentos públicos" para consumo de cannabis, bem como a permissão para que "médicos e outros profissionais de saúde tenham possibilidade de recomendar o uso de cannabis no tratamento terapêutico".
Os organizadores da Marcha consideram que a proibição do consumo de cannabis "não é do interesse público" pois põe em risco a saúde dos cidadãos, fomentando o mercado negro.
Por isso mesmo querem "chamar a atenção dos governos, dos decisores políticos e das instituições relacionadas com as drogas e a toxicodependência em concreto, e da sociedade civil em geral, para as vantagens da legalização/ normalização do cultivo, venda e consumo de cannabis".
Considerando "absurdo, e até incompreensível" a proibição, a COM.MARIA destaca "a ineficácia e o falhanço da proibição na sua missão de reduzir o consumo, o tráfico de drogas e o crime associado".
Entre os mandatários do manifesto da Marcha de Lisboa contam-se o músico Vitorino Salomé, o activista José Falcão, da SOS-Racismo, e o capitão de Abril Mário Tomé.
Até quarta-feira pelo menos 180 pessoas tinham subscrito o manifesto, entre os quais professores, jornalistas, investigadores, psicólogos e muitos estudantes.
A primeira marcha global da marijuana em Portugal realizou-se o ano passado, apenas em Lisboa, e foi organizada por um grupo de amigos que tomou conhecimento da iniciativa através da Internet, que conseguiu reunir entre cem e 200 pessoas na rua pela legalização da cannabis.
Este ano, os organizadores esperam que apareça mais gente na marcha em Lisboa, que "foi organizada com mais tempo", e até foi divulgada em Nova Iorque.
Em Lisboa, a concentração dos participantes começa às 14:00 no Jardim das Amoreiras, estando o arranque da marcha previsto para as 16:00 do Largo do Rato com destino ao Largo Camões.
Antes, durante e depois da marcha haverá animação, com DJ's, bandas de percussão e grupos de música.
Já no Porto, a concentração é às 15:00 na Praça do Marquês, de onde partem para a Praça D. João I.
Também no norte o cortejo terá música e uma festa de encerramento, em que os participantes da marcha têm entrada livre.
A organização da marcha do Porto apela, no site, para que as pessoas levem "roupa verde, tintas para o rosto - de preferência em tons de verde -, apitos de plástico, panos com slogans reivindicativos (mas não ofensivos), alegria, pequenas quantidades, djambés , pandeiretas", entre outros 'adereços'.
Source: http://www.noticiaslusofonas.com
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